Escrevivências de estudantes negras na educação profissional e tecnológica: narrativas sobre raça e gênero na educação de jovens e adultos (proeja) no Instituto Federal do Amapá (IFAP) campus Macapá

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo analisar narrativas sobre questões raciais e de gênero das estudantes negras no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) no Instituto Federal do Amapá (IFAP), Campus Macapá. Utilizou-se a metodologia da história oral, com abordagem qualitativa, o trabalho realizou entrevistas narrativas e questionários como instrumentos de coleta de dados, centrando-se nas narrativas das estudantes negras, que são caracterizadas por suas experiências de vida e educação, chamadas de escrevivências. Como resultado, desenvolveu-se um produto educacional, uma Sequência Didática (SD) antirracista e interseccional disponibilizada em formato PDF para ser utilizada por professores da Educação de Jovens e Adultos e outros seguimentos escolares. A SD visa auxiliar na compreensão da identidade, questões raciais e de gênero que acompanham a vida dos estudantes, oferecendo recursos e estratégias para que educadores e educadoras possam abordar as essas temáticas em suas práticas pedagógicas, contribuindo para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária para todos e todas. Assim, este trabalho representou não apenas uma investigação acadêmica, mas também um movimento de escuta, reconhecimento e valorização das escrevivências das estudantes negras do PROEJA, cujas trajetórias refletem as múltiplas intersecções entre raça, gênero, classe e educação. Ao analisar suas narrativas, foi possível compreender como a educação profissional e tecnológica pode se tornar um espaço de resistência e reconstrução identitária, quando acolhe as vozes e experiências historicamente silenciadas. A elaboração e aplicação da sequência didática antirracista e interseccional demonstraram o potencial transformador das práticas pedagógicas comprometidas com a equidade e a inclusão, reafirmando a importância de uma educação que promova o empoderamento, o autorreconhecimento e a justiça social. Assim, este trabalho apresenta o compromisso de continuar fomentando o diálogo sobre a presença e o protagonismo das mulheres negras na educação e no mundo do trabalho, contribuindo para a consolidação de uma escola verdadeiramente democrática, humana e libertadora.